Estamos no mês de abril. Já começa no meio da Semana Santa.
Jesus, o Filho do Homem, o Deus encarnado no seio da Virgem Maria, concebido pelo poder do Espírito Santo, depois de viver uma infância e uma juventude praticamente desconhecido, dado como filho de um carpinteiro; na verdade, seu pai adotivo, São José, operário e descendente do Rei Davi; depois de fazer suas pregações, não revogando as leis de Moisés e os ensinos dos Profetas do Testamento Antigo, mas sim as explicando no conteúdo; depois de fazer milagres, não para “aparecer”, mas para que todos cressem nele, para que todos aceitassem a Luz que emanou de seu nascimento e de sua sagrada missão; deu-nos a vida, através de horríveis sofrimentos, para que fossemos salvos; para que nós, criaturas, nos reuníssemos ao Criador, do qual nos separamos quando nossos primeiros pais, por fraqueza e orgulho, fizeram fracassar o primeiro plano de Deus para nossa vida em abundância, de autêntica felicidade, amor e justiça. O Cordeiro foi imolado. Prevaleceu a escuridão que tanto assusta. Os céus se rasgaram. Além da dor física, o Salvador foi humilhado por intenso. Teve de carregar a própria cruz, quase sem forças. Simão de Cirene o ajudou, em exemplo que para todos é muito importante. Verônica, representando a delicadeza e o espírito maternal inerente às mulheres, enxugou com um tecido seu já deformado rosto. Maria assistindo a tudo, sem nada poder fazer; entregue pelo Filho aos cuidados de João (Evangelista). Por fim, o diálogo com os ladrões, um tendo sido salvo pelo sincero arrependimento. A perfuração com a lança, não mais saindo sangue, apenas água. “Se és filho de Deus, salva a ti mesmo e desce da cruz”, diziam alguns em tom de deboche. “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”; e “tudo está consumado”, foram as últimas palavras do Redentor antes de morrer.
Todavia, pela fé, pelo que está escrito na Bíblia Sagrada com os esclarecimentos eclesiais, sabemos que a morte foi vencida; que o mesmo Jesus, depois de percorrer a mansão dos outros falecidos, ressuscitou ao terceiro dia. Apareceu primeiro a alguns, depois a todos os discípulos. Ensinou Tomé a não ser incrédulo. Perdoou a covardia de Pedro e o tornou o primeiro chefe de Sua Igreja; aquela que, apesar dos muitos pecados de muita gente, daquele tempo até os de hoje, continua viva e crescente, pois contra ela jamais prevalecerão as portas do Inferno. Mandou que os apóstolos se espalhassem pelo mundo, ensinando a boa nova. Orientou para que todos nós fossemos batizados, na água e no espírito, formando o Povo de Deus; caminhando com a Igreja no trabalho; penoso, sacrificante, mas necessário; visando a edificação do Reino, que, sendo dos Céus, começa aqui na Terra e precisa da colaboração de todos os homens e mulheres, sem distinção de espécie alguma. Delegou-nos a função de sermos suas testemunhas, e de darmos testemunhos coerentes e firmes.
E eu? E você, irmão ou irmã? E nossa família e nossas comunidades? Como realizamos tudo isso ou tentamos realizar? Como enfrentamos as trevas que por vezes empanam nossas vidas, provocam incompatibilidades, causam exclusões e angústias que tanto custam a ser aliviadas? Como fazemos nosso exame de consciência? Julgamos o outro com a mesma severidade com que julgamos a nós próprios? Permitimos que conflitos sejam resolvidos pelo diálogo, pela aceitação recíproca, pela mútua correção fraterna, ou os pioramos pela teimosia, pela frieza ou indiferença, ou ainda pelo sarcasmo? Guardamos a esperança de um mundo melhor, de um Brasil mais ético, participativo na cidadania, ou achamos que “nada muda”, e o que importa é “se dar bem” a qualquer custo? Observamos os mandamentos divinos, as normas dos sucessores de Pedro, ou nos limitamos a uma vida religiosa sem sal, acomodada ou complacente com o que “a maioria ache”? Muitas outras perguntas semelhantes aqui caberiam.
Mas o importante é que Cristo venceu a morte; fez encerrar, com sua iluminação magnífica, o túnel escuro onde estávamos. Aproveitemos, portanto, essa luz para combatermos nossas faltas, nossas omissões, nossas incompreensões, nosso egoísmo. Para bem atuarmos nos grupos que integramos. Para ajudar, sobretudo, os que mais necessitam de afeto, de incentivo, de desenvolvimento da auto-estima. Para a defesa da família, da união conjugal e dos outros valores essenciais correlatos à Fé que professamos.
Boa Páscoa para todos. Que nossa Mãe e Rainha interceda para que nunca nos afastemos de nosso testemunho cristão. Que assim seja.
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