Após os festejos natalinos, e de fim do ano velho de 2010, ingressamos no ano novo de 2011, e também na segunda década do 21º século, e do 3º milênio da era cristã. Muita coisa boa; muito progresso em diversas áreas do conhecimento; tornam as atividades mais rápidas e as comunicações, imediatas. A medicina, com seus grandes avanços, permite que vivamos mais e de forma saudável. Males do corpo e da mente, que há pouco tempo atrás aterrorizavam, ou não eram compreendidos, hoje são eliminados ou mitigados por medicamentos de nova geração, e terapias de excelência.
Apesar de tudo isso, fatores negativos, gerados, em última análise, pelo pecado individual e social, pelos egoísmos e ambições desvairadas, pela sede de poder, pela indiferença para com o próximo, pelo julgamento severo do outro e brando para com si mesmo, pelo mau uso das energias sexuais; dom de Deus inseparável do amor verdadeiro; pelos preconceitos, covardias e acomodações; persistem; muitas vezes, se agravando. No chamado mundo ocidental, os valores familiares e matrimoniais se enfraquecem a cada dia. Legislações, cada vez mais permissivas; acerca do sacrifício da vida do que está para nascer, acerca de divórcios “vapt vupt”, acerca de absurda extensão do casamento entre homem e mulher ao entre pessoas do mesmo sexo, acerca da retirada de símbolos que, acima de confessionais, são culturais e cívico-espirituais; têm sido aprovadas em países de grande maioria cristã e católica, por pressão de minorias agressivas, apoiadas por interesses malsãos. Ao pretexto de se garantirem direitos a determinados grupos; do que não se cabe discordar; atingem-se outros, de igual ou maior relevo. Isto sem falar-se de conflitos intermináveis, de quadros de extrema pobreza e dominação; de injustiças sociais e da falta de ética na vida pública e privada.
Mas para nós, cristãos que acompanhamos a peregrinação da Igreja de Pedro, com os olhos voltados para o Reino de Deus, a esperança, que se correlata à fé, tem caráter permanente. Virtudes essas, ligadas à outra, que é a caridade, expressão do amor; irmã da solidariedade, que nos une aos seres humanos de todo o orbe terrestre, cujas dores e alegrias são, por nós, sentidas, como se nossas fossem. Como disse São Paulo, todos nós passamos a ser um em Cristo Jesus.
Nesta comunidade de Itaipu, observemos os exemplos de São Sebastião; guerreiro martirizado pelo Império Romano por defender sua nova fé; e de São Vicente Pallotti; o homem que, em meio ao desânimo e às ruínas de seu tempo, tanto incentivou os leigos à dedicação no bom combate; precursor, de fato, do Concílio Vaticano II. Estes, e muitos outros santos, e santas, além de intercederem, são ótimos exemplos, que nos ajudam a compreender que, mesmo caindo em sucessivas faltas, um dia alcançaremos plena conversão, desde que perseveremos com humildade e firmeza. Desde que nos renovemos; no lar, na família e no trabalho; não nos omitindo na prática dos sacramentos e, dentro dos dons e espaços de cada um e cada uma, na colaboração para os serviços da igreja de nosso batismo.
Rainha da Paz; rogai por nós. Amém.
Luiz Felipe Haddad
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