Na igreja oriental é enfocado particularmente o batismo de Jesus. São Gregório Nazianzeno chama-a de “festa das luzes” e a contrapões à festa pagã do sol invicto. Na realidade, tanto no Oriente como no Ocidente, a Epifania tem o caráter de uma solenidade ideológica que transcende os episódios históricos particulares. Celebra-se a manifestação de Deus aos homens na pessoa do Filho, isto é a primeira fase da redenção. Cristo se manifesta aos pagãos, aos judeus e aos apóstolos. São três momentos sucessivos do relacionamento Deus - Homens.
Ao pagão Deus fala através do mundo visível; o esplendor do sol, a harmonia dos astros, a luz das estrelas no firmamento ilimitado são portadores de certa presença de Deus. Os magos descobriram no céu os sinais de Deus. Tendo como ponto de partida a natureza os pagãos podem “cumprir as obras da lei”, diz S. Paulo. “E aos habitantes de Listra:”... o Deus vivo, que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto neles há. Ele permitiu nos tempos passados que todas as nações seguissem os seus caminhos. Contudo, nunca deixou de dar testemunho de si mesmo, por seus benefícios: dando-vos do céu as chuvas e os tempos férteis, concedendo abundante alimento e enchendo os vossos corações de alegria (At 14, 15-17). “Mas ultimamente falou-nos por seu filho, que constituiu hesdeiro de tudo, por quem igualmente criou o mundo” (Hb 1, 2). Os numerosos mediadores da manifestação divina encontram seu término na pessoa de Jesus de Nazaré, no qual resplandece a glória de Deus. Por isso podemos hoje exprimir “a humildade, trepidante, mas plena e jubilosa profissão de nossa fé, de nossa esperança e de nosso amor” (Paulo VI).
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