Chegamos ao ano de 2010. O do fim da primeira década do Século 21 e do 3º Milênio da Era Cristã. Para os “mais experientes”, sobretudo, os últimos tempos têm significado diversas mudanças, a começar pelo imenso progresso das ciências e da tecnologia. Das velhas máquinas de escrever e de calcular, chegou-se à digitação eletrônica, ao cálculo eletrônico. Das comunicações postais, chegou-se ao correio também eletrônico. Da telefonia fixa, rara e penosa em muitos locais, chegou-se ao sistema dos “celulares”, cujo acesso, hoje, é quase universal. Isto sem falar-se da televisão aberta e fechada; dos veículos de transporte terrestre, marítimo e aéreo; e do precioso progresso da medicina, e de seus ramos periféricos, em todas as esferas. E muito mais.
Tal progresso, na parte diretamente humana, social e existencial, também tem existido. Porém, mais lento, mais penoso e mais sabotado por interesses egoísticos. A fome, a desnutrição, a mortalidade infantil, os conflitos violentos de natureza tribal, étnica e religiosa; governantes tirânicos e corruptos; são tristes realidades, sobretudo no continente africano e parte do asiático. Em nosso país e em outros da América Latina, os sistemas de democracia ainda são mais de forma do que de conteúdo, por conta de fatores de corrupção, desigualdades vergonhosas, e sensação de impunidade, maculando os poderes públicos, tirando a força do voto, debilitando a cidadania. Nos países do chamado “1º Mundo”, o materialismo e o consumismo cada vez mais ganham terreno. Tudo isso, piorado pela crise econômica, a gerar desemprego, e este a gerar intolerância para com a grande massa de imigrantes que arriscam a vida para, em nações mais ricas, se libertarem de uma vida miserável. Tudo isso, também piorado pelas agressões à natureza e ao meio-ambiente, não enfrentadas como deveriam, também por causa de interesses malsãos. E por fim, agravado por intensa propaganda ateísta, anticristã e contra os valores da família e do casamento, que se espalha como erva daninha, contaminando e influenciando a muitos.
Sabemos nós, cristãos e católicos, que nunca deveremos perder a Esperança, virtude de grande relevo para Deus; acoplada à Fé e à Caridade. Esta última, correlata à Solidariedade. Embora nenhum de nós deva ter a pretensão de, por isolado, reformar o mundo; embora devamos ser compreensivos e tolerantes; não nos é dado, por outro tanto, ficar acomodados, aceitando o que não seja certo, o que seja pecaminoso, a pretexto de “dançar conforme a música”. A defesa da vida, desde a concepção; a união homem-mulher pelo amor que engloba o sexo responsável; a paternidade e a maternidade; o trabalho profícuo; o espírito comunitário; o seguimento dos ensinos dos Sucessores de Pedro na Igreja fundada pelo Cristo; são valores que não admitem transigência.
Dentre os Santos comemorados neste mês, sempre referenciamos, aqui em Itaipu, São Sebastião, nosso padroeiro, e São Vicente Pallotti, mentor dos sacerdotes que aqui atuam já por quase três décadas. O primeiro suportou com enorme valentia o martírio, ao defender a fé cristã, como militar romano, sob a terrível perseguição do Imperador Deocleciano. O segundo conseguiu, com igual firmeza, fazer reviver a mesma fé; incentivando a tarefa dos leigos; em uma Roma, no início do Século 19, fatigada por guerras e ocupações; dominada pela indiferença e por hostilidade ao sagrado.
Irmãos e Irmãs. Peçamos a Jesus, Salvador e Redentor, que nos dê forças, que nos dê energias, sobretudo espirituais, para vivermos bem o ano que se inicia. Paz e Saúde para todos, especialmente para os que mais necessitem. Harmonia e crescimento para as famílias com base em uniões sólidas. Participação na Igreja, pastoral e sacramental. Labor solidário e comunitário. Luta pelo bem comum. Luta para que sejamos melhores e para que mais nos amemos.
Santíssima Virgem, para tanto, imploramos vossa preciosa intercessão. Amém.
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