Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

domingo, 7 de agosto de 2011

FAMÍLIA CRISTÃ. MESSE SAGRADA. DEFESA E INCENTIVO.

Neste mês de agosto, nossa Igreja Cristã e Católica dá especial relevo a duas instituições que se complementam; a família, constituída pelo sacramento do matrimônio, e o sacerdócio, integrado por presbíteros e diáconos, devidamente formados, e dentro do sacramento da ordem.

Voltando nossas vistas para o Antigo Testamento, especialmente para os tempos iniciais, sabemos que Deus criou o Homem à Sua imagem e semelhança, dando-lhe a Mulher por “ajudadora”. Ordenou-lhes que crescessem e multiplicassem. Projetou para os nossos primeiros ascendentes uma vida de felicidade plena, sob Suas leis perfeitas. Mas a fraqueza dos mesmos diante da ação do Inimigo importou em frustração e ruptura. Porém, nosso Pai não nos abandonou. Falou ao povo escolhido, através de profetas, líderes e reis. Moisés, no Monte Sinai, recebeu os mandamentos; severos, mas por causa da dureza dos corações. Entre eles, o direito de o marido repudiar a esposa por simples ato. Quanto aos sacerdotes, foram constituídos em categoria superior, iniciada por Aarão. Tudo na longa e sofrida história do povo referido, cujo conhecimento, para nós, cristãos, importa em muito. Passando-se ao Novo Testamento, decorrente do Mistério da Nova Aliança, sabemos que o Filho do Homem, o Messias prometido, ao ser interpelado pelos fariseus, disse que, desde o princípio, homem e mulher, deixando o lar paterno e materno, deveriam ser uma só carne; e que pessoa alguma poderia destruir o que Deus uniu. E acerca dos sacerdotes, Ele os inseriu na Igreja; começada pelos Apóstolos, sob o comando de Pedro; iluminada pelo Santo Espírito, e sob a materna proteção de Maria. Igreja na dimensão “macro”, em termos mundiais, e na dimensão “micro”, em termos comunitários e em termos domésticos; nestes se traduzindo a Família.

Observando-se, agora, o tempo em que vivemos, e que muito melhor seria se não fossem nossos pecados continuados, gerando os maus testemunhos ao longo dos séculos, vemos os grandes desafios que nos são apresentados, não apenas em nossas vidas, mas em nossas atitudes como membros de grupos diversos. Sem que seja preciso longa dissertação, deparamo-nos com os valores negativos do materialismo, dos prazeres irresponsáveis, da falsa felicidade no “passar por cima do outro”, da idolatria do dinheiro, da indiferença pelos pobres e pelos que sofrem no corpo, na mente e na alma. Isto não só no Brasil, mas em quase todos os países que, de uma forma ou de outra, têm suas raízes no cristianismo; também em outros de raízes próximas ou mais distantes. A família verdadeira, agredida dia-a-dia por poderosos meios de comunicação, e por filosofias e ideologias malsãs, pede socorro. E muitos de nós nos omitimos, pelo medo do “politicamente correto”, pela covardia ante os lesivos patrulhamentos. Já outros preferem condenar tais mazelas, de modo vazio e intolerante, na danosa atitude de julgar a consciência do próximo. No que toca aos sacerdotes, na Barca de Pedro que busca se renovar sem prejuízo do que lhe é permanente; cuja unidade foi rompida por falhas de uns e de outros, mas que será, um dia, restabelecida; que navega em mares revoltos na condução a portos seguros; cumpre a nós, leigos batizados e também missionários, colaborar com os primeiros, fraternalmente, incentivando vocações que se revelem autênticas; trabalhar em múltiplas tarefas dentro dos espaços e dons de cada um; e orar sempre por eles, como eles oram por nós e por nosso crescimento espiritual. Sempre nos recordando de que somos, todos, igreja; e que todos recebemos o convite à santidade por um processo de conversão, cheio de “altos e baixos”, mas de que nunca devemos desanimar.

Procuremos, pois, este mês, refletir com maior profundidade sobre esses temas conjugados à Igreja, e, portanto, ao Reino de Deus. Sejamos bons maridos e boas esposas. Bons pais, bons avós, bons filhos, e assim por diante. Compreendamos o que nos pede o Verbo que se fez Carne e habitou entre nós. Busquemos, sim, a felicidade, mas a real, ligada ao amor e à solidariedade.

Para todos; irmãos e irmãos desta comunidade de Itaipu; invocando a intercessão de São Sebastião e São Vicente Palotti; a Paz de Cristo e o Amor da Santíssima Virgem. Amém.



(Luiz Felipe Haddad)

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