Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

domingo, 10 de julho de 2011

JULHO. OUTROS SANTOS NOS DÃO BONS EXEMPLOS DE VIDA.

Neste mês de julho de 2011, quando alunos e professores costumam ter férias por uma quinzena, e muitos irmãos e irmãs viajam para perto ou para longe, todos nós, cristãos e católicos, que queremos crescer na fé e nas obras que a confirmam, devemos, em nossas reflexões individuais, grupais e comunitárias, mirar o testemunho de outros homens e mulheres; reconhecidos pela Igreja como santos; não por algum “privilégio divino”, porque Deus não faz acepção de pessoas; mas por terem; em meio a lutas e penosidades; atendido, de profundidade, ao convite do Reino.


São Tomé, comemorado no dia 03, nos diz das dúvidas e dos questionamentos diversos, que nos fazem “balançar”, na razão direta de nossa fraqueza, emanada do pecado original. Quando decidido, ao saber da morte do grande amigo Lázaro, por suas irmãs Marta e Maria, pediu a Jesus que ele, e os outros discípulos, fossem a sua sepultura para lá também morrerem. Quando, porém, lhe deram a notícia da ressurreição do Mestre, ele pediu prova material, em “por o dedo no lugar dos cravos, e a mão no seu lado”. Ao obtê-la, disse, arrependido e novamente decidido: “Meu Senhor e Meu Deus”. Depois, encorajado pelo Fogo Pentecostal, e como quase todos os apóstolos, espalhou a Boa Nova, saindo desta dimensão terrena através do martírio; em terras centrais da Ásia.

Santa Maria Goretti, comemorada no dia 06, nos ensina o valor da pureza e da dignidade feminina, e também do perdão. Assediada eroticamente por um jovem desequilibrado, recusou-se, e foi por ele assassinada com golpes de punhal. No hospital, invocando o amor de Jesus, disse querer estar com o agressor no Paraíso. O nome dele era Alexandre Serenelli; o qual, depois de ficar recluso por longo tempo, teve uma visão da mártir, e iniciou seu processo de conversão. A irmã dela, Marieta, também, por uma vida pura, foi canonizada. No mundo de hoje, em que as energias sexuais, dom de Deus para a perpetuação de nossa espécie e para a felicidade na união homem-mulher, têm sido usadas com tanto egoísmo e irresponsabilidade, é bom que recordemos o exemplo de quem preferiu a morte à violação do corpo, e contribuiu para que o criminoso se livrasse do risco da morte eterna.

Santa Maria Madalena, comemorada no dia 22, nos mostra o exemplo da superação de uma vida de pecado pela aceitação do Amor irradiado pelo Salvador. Humilhada publicamente, perdoada pelo sincero arrependimento, passou a acompanhar, silenciosamente, Jesus e os 12 apóstolos, até o Calvário e a vitória sobre a morte. Foi a primeira pessoa a testemunhar a Ressurreição, quando Ele a chamou de “Maria” e ela respondeu, no idioma aramaico, “Rabboni” (Mestre). Segundo tradição grega, ela teria ido para Éfeso, onde já morava Maria, Mãe de Deus e Nossa, com João Evangelista, que a tomou sob seus cuidados. Lamentavelmente, sem qualquer elemento concreto, por simples suposições tiradas de uma pintura medieval da Santa Ceia, tentou-se deturpar a história sagrada no que toca à referida santa, com o Filho de Deus. Ficção literária totalmente vazia de veracidade.

São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria Santíssima; comemorados no dia 26; referenciam o Dia dos Avós. Receberam a preciosa missão de gerar a Mulher Escolhida, livre da mácula resultante da frustração do primeiro plano divino; que por seu turno, gerou o Homem-Deus pela obra do Santo Espírito; e é a mais santa de todas as criaturas. Sobre a vida deles, conhece-se muito pouco. Mas em nosso tempo, são referência para todos os “pais e mães em dobro”, entre os quais se enquadra o autor destas linhas. Hoje, por conta do progresso da medicina, homens e mulheres nessa qualidade podem ainda, por tempo significativo, manter uma vida saudável, bem menos limitada do que há “meio século”. O que, sendo bem administrado, é ótimo para os mesmos, seus filhos e filhas, genros e noras, netos e netas. Mas surgem novos problemas, além dos tradicionais. Intervenções indevidas na vida dos últimos, sobretudo, provocando conflitos de sogros e sogras com noras e genros. Faltas de respeito por pessoas de gerações mais jovens para com as mais velhas, e vice-versa. Ressentimentos, competições no plano afetivo; sensações de exclusão e revolta. Muito bom será o dia em que o ímpeto dos mais jovens se conjugar, nas famílias e outros grupos, à experiência dos mais velhos, na compartilha amorosa, pelo alcance dos projetos positivos de todos.

Procuremos seguir tais exemplos, mesmo que pareçam difíceis. Nem sempre a conversão plena é rápida. Ao cairmos, busquemos levantarmos, pelo Sacramento da Reconciliação e pelos fios misteriosos da Oração. Também, dentro do espaço e do dom de cada um, pela participação em nossa comunidade paroquial e eclesial como um todo.

Santos e Santas de Deus. Intercedei por nós, especialmente para os mais necessitados. Aleluia. Amém.

(Luiz Felipe Haddad)

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