Todas as religiões usam de símbolos para expressarem seu relacionamento com a divindade, é verdade que em muitas delas esses símbolos se tornam “sinais mágicos”, superstições. A natureza humana quer esses símbolos, pois necessitamos de sinais sensíveis. Já o Antigo Testamento tivera sinais sagrados (circuncisão, os sacrifícios, o cordeiro pascal...) que evocavam a aliança de Jahvé com seu povo. No Novo Testamento os sinais evocam a aliança realizada por Cristo, mediador do acesso ao Pai. Jesus nos diz que o Pai procura adoradores que “O adorem em espírito e em verdade” (Jo 4,24), ou seja, uma religião realizada “no Espírito Santo”, para os que “renasceram do Espírito”. Por isto, Ele mesmo instituiu sinais sagrados, como o Batismo e a Ceia pascal e os situou no âmago de sua igreja: “quem crer e for batizado será salvo”(Mc 16,16).
Inserindo-se no amplo domínio dos sinais religiosos de todos os tempos, os Sacramentos cristãos, tendo esta condição de sinalizarem a obra de Jesus Cristo, daí recebem a eficácia de instrumentos reais de santificação. Por eles passa o dom de Deus. Deles temos a certeza de que efetuam o que representam (“efficiunt quod figurant” -S.Th.IIIª,q 62,a 1,ad 1m). A Sagrada escritura nos diz que transmitem a “vida”, trazem ao homem o “renascimento”, a “santificação”, o “Espírito Santo”, eles nos indicam o contato com o sobrenatural ( “mistérios”). Neste sentido pensa-se na comunicação do invisível através de realidades sensíveis.
Nos Sacramentos o homem realmente se defronta com a obra salvadora de \Jesus Cristo. São sinais e instrumentos dela. Podemos dizer que Cristo “selecionou” os Sacramentos mais aptos para recordarem aspectos de sua história de salvador e também para corresponderem às situações típicas da vida humana. Assim sendo facilmente nos reportamos à figura histórica de Jesus em cada um dos Sacramentos:
Jesus descendo às águas do Jordão como um “penitente” (Batismo); Jesus prometendo o dom do Espírito(Crisma) ; Jesus imolando-se e entregando-se como pão da vida(Eucaristia); Jesus absolvendo os pecadores arrependidos(Reconciliação); Jesus confortando e curando os enfermos (Unção); Jesus congregando os doze e habilitando-os à missão(Ordem); Jesus estabelecendo uma aliança de amor até a morte, com sua igreja (Matrimônio). Como vimos, os Sacramentos são, pela Fé, a aplicação da obra salvifica do Senhor à nossa vida atual. Os Sacramentos atestam o Cristo que prometeu estar conosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28,20).
Fonte: Catecismo da Igreja católica
Riquezas da mensagem cristã
Diácono Marcos Sanches.
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