Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MORTE. ESPERANÇA NA RESSURREIÇÃO. DEFESA DA VIDA.

Chegamos ao mês de novembro, o penúltimo do ano. No dia 1º, voltamos, como cristãos e católicos, nossa atenção para aqueles que, enfrentando grandes obstáculos, e triunfando sobre fraquezas, comodidades e dores, lograram alcançar, na passagem desta para a outra dimensão, plena comunhão com Deus Uno e Trino; isto é, no alcance da santidade, para a qual somos todos convidados, no processo de crescimento espiritual e conversão à Palavra contida nas Escrituras Sagradas, complementada pelos ensinos dos sucessores de Pedro. E no dia 2, lembramo-nos de nossos entes queridos, e de muitos outros, conhecidos, que chegaram à passagem referida. Recordamos que somos mortais, e que, mais dia, menos dia, também lá chegaremos. Mas pelo dom da fé, pela esperança no que é prometido pelo Salvador e Redentor, pela busca constante da prática do amor ao Criador e ao próximo como a nós mesmos, sabemos que um destino maravilhoso nos é reservado, no reencontro geral, sob as infinitas alegrias do Reino dos Céus. Sabemos que, embora nossa carne venha a ser degradada ou destruída de qualquer forma, ganharemos um corpo glorioso, totalmente integrado à alma vitoriosa. Detalhes precisos não estão escritos, porém essa promessa já basta para vencermos a natural tristeza pela perda e para que tiremos a impressão de estarmos sozinhos ou abandonados. Nada nos afastará do amor de Deus, que é nosso Pastor. Isto; é claro; fazendo cada um sua parte, buscando sempre a reconciliação, fortalecendo-se individual e comunitariamente, orando e se levantando a cada passo errado. Mesmo se for necessário o estágio de purificação, no purgatório, a alegria continuará intensa, como disse certo pensador; pela certeza da salvação.

Nosso Pai; que é Amor e Justiça, mas que é pleno de Misericórdia; sabe de nossos pontos fracos, de nossas misérias, mas também de nossos pontos fortes, de nossos dons. Ele não quer que tenhamos a terrível “segunda morte”, mas por contrário, que tenhamos vida, e vida em abundância. Vida que não se correlata apenas à saúde do espírito. Ter um corpo saudável, mesmo quando parte dele esteja inativa; o que não se confunde com obsessão por beleza resumida ao físico; lutar contra vícios e hábitos prejudiciais a tanto; evitar estresses; é importante para todos. Conjugar o sexo ao amor, na vida conjugal, na chama renovadora da união, também é. E muito mais. O que importa é, sob a luz do Espírito Santo, apreciarmos retamente todas as coisas e agirmos segundo essa apreciação.

Tudo isso tem muito a ver com um tema, que muitos não compreendem ou não querem compreender, acerca da firme posição de nossa Igreja Católica em defesa da vida, desde a concepção até a morte natural. Sacrificar-se o feto em nome de suposto direito da mãe, cujo corpo próprio é ligado provisoriamente ao dele, além de significar grande covardia para com quem não tem a mínima chance de resistir, parte de um princípio errôneo e egoístico; o mesmo que “justificaria” o massacre dos reputados “anormais”, ou “diferentes”, para “alívio e conforto” de maiorias acomodadas. Embora só Deus possa julgar a consciência de cada um, e compita à lei humana, em especiais hipóteses, avaliar responsabilidades no campo jurídico, nós todos, que somos igreja e povo divino, não podemos nos calar diante de absurdos permissivos que já são realidade em outros países; para que aqui não aconteçam. Não importam preferências políticas, partidárias ou pessoais. O cristão, nesse e em outros assuntos de valor essencial, tem a obrigação de ser firme, separando “uma coisa de outra coisa”.

Vivemos e perseveremos contra a cultura da morte, rumo ao Reino que nos aguarda e que é aberto a todos. Mãe Santíssima; rogai por nós que recorremos a vós. Amém.
Luiz Felipe Haddad

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