Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

OUTUBRO. MÊS DAS MISSÕES. ATENDAMOS AO CHAMADO DE JESUS.




                                   Neste mês de outubro, em que, no dia 12, homenageamos a Mãe de Deus, Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, e somos convidados, pela Igreja da qual somos Povo pelo Santo Batismo, a rezar as Orações do Rosário, devemos também atentar para o que significa um missionário da Boa Nova, e em que dimensão, nós, leigos, o somos.
                                   Sempre sendo boa a leitura do Catecismo, renovado e consolidado sob o pontificado de João Paulo II, lá encontramos o mandato missionário, partido do Filho do Homem, no Evangelho de Mateus; 28,19-20: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei”. “E eis que estou convosco até a consumação dos séculos”.
                                   Para isso, existe a “Igreja Peregrina”, em paralelo à “Igreja Padecente”, preparando o tempo da “Igreja Triunfante”, na vitória final do Reino. Para isso, o Espírito Santo, cujo Fogo libertou os apóstolos do medo e das fraquezas, é o protagonista. A Igreja tem que ser missionária, não só pela ação dos presbíteros, diáconos e religiosos consagrados, mas também pelo trabalho dos leigos, alguns também consagrados; mas todos; qualquer que seja o estado; convocados na finalidade.
                                   Conhecemos a história de vários santos, e santas; e de pregadores e testemunhas da Palavra Divina. Muitos foram martirizados, torturados e mortos durante o período imperial romano até Constantino, e depois, em diversas partes do mundo; o que ainda hoje acontece em certas nações. Mas o sangue é semente do Cristianismo. Em nações outras, embora não haja perseguição expressa, há outra, implícita, pelo crescente afastamento dos valores éticos e familiares, nas leis e nos costumes. No Brasil esse perigo também existe, bastando que se leiam jornais, se veja televisão ou se navegue pela Internet. Em nome de uma liberdade que, de fato, é libertinagem; em nome de uma felicidade que, de fato, se traduz em prazeres imediatos e egoísticos; atenta-se contra o direito à vida do feto indefeso; e, em geral, contra a dignidade da pessoa humana.
                        No meio das sombras, porém, aparecem as luzes, e estas são ligadas aos objetivos das missões. As quais percorrem os continentes, em movimentos permanentes e, às vezes, reversos. Nosso país, que durante muito tempo tem recebido missionários estrangeiros, hoje, os remete em número crescente para outros. Ordens religiosas, e sociedades correlatas, têm se encarregado da tarefa. Aqui em nossa comunidade de São Sebastião de Itaipu, vemos o dedicado labor dos padres poloneses, ligados ao apostolado de São Vicente Pallotti; verdadeiro precursor do Concílio Vaticano II, no incentivo à ação dos leigos, em um tempo difícil e conturbado que se seguiu a guerras e revoluções.  Devemos muito a eles o crescimento, em quantidade e qualidade, de nossa paróquia.
                        Mesmo que nós, leigos, não tenhamos que abandonar nossas casas, ou fazer os votos inerentes ao sacerdócio, muitas ocasiões se nos apresentam para cumprirmos as obrigações de missionários. Uma delas é a colaboração com a Igreja, na medida do espaço e do dom de cada um. Bom exemplo, quando da vinda de inúmeros jovens ao encontro mundial do ano que vem, no recebimento em nossos lares. Outra delas é o testemunho diante do próximo. Pouco adianta o louvor, e a frequência periódica ao templo paroquial, se não forem acompanhados de uma conduta simples e humilde, na compreensão e na solidariedade, na troca de experiências, na correção paulatina das fraquezas respectivas; em suma, no percurso, mesmo com algumas quedas, da conversão. Por último, a firmeza na fé e nas obras que a confirmam; sempre sob a orientação dos ensinos dos Sucessores de Pedro.
                        A estrada do missionário é árdua e pedregosa. Em alguns casos, arriscada. Mas não devemos ter medo. O mesmo Cristo, que morreu e venceu a morte para que tenhamos Vida, e vida em abundância, ampara Suas testemunhas em todos os recantos terrestres. O Espírito Paráclito nos dá coragem. O Pai nos ama desde que nos criou. Três pessoas em Uma, no mistério de Deus.
                        Peçamos, para tanto, a intercessão da Mãe Santíssima. Não nos descuremos do Santo Rosário. A Oração, individual, familiar ou em grupos, é o melhor meio para o fortalecimento. Não “malhemos” apenas o corpo, por ginásticas de vários tipos.  Mas também o espírito, para nossa real felicidade e dos que nos cercam; para a melhoria de nossa comunidade, no sentido maior e nos sentidos maiores.
                        Que assim seja.
                                     (Luiz Felipe Haddad)

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