Chegamos
ao mês de maio, que por antiga tradição, ganhou o epíteto de “mês das noivas”,
pelo grande número de casamentos realizados em seus dias. Mês que, desde o
começo da história de nossa Igreja Cristã e Católica, é dedicado,
principalmente, à figura de Maria Santíssima, sempre Virgem, mãe carnal de
Jesus, o Homem-Deus e Deus-Homem. Logo, também, Mãe de Deus, no mistério da
Santíssima Trindade, e pela ação do Santo Espírito. Esposa de José, pai adotivo
de Jesus, em união não carnal, mas de intensa e mútua dedicação à missão do
Pai. Maria, que depois do falecimento de José, bem mais velho pelo que se tira
da tradição, e depois do sacrifício do Filho, viveu protegida pelo Apóstolo
João; incentivando a igreja nascente no cenáculo e sob o fogo pentecostal;
terminando seus dias nesta dimensão de vida, na cidade de Éfeso, hoje na
Turquia. Porém, cientes todos nós, que seguimos o magistério dos sucessores de
Pedro, em que seu corpo, livre da corrupção, se integrou à alma na subida ao
Céu. Outro mistério que professamos pela Fé, agregado a outro, também ensinado
pela Igreja, de sua concepção imaculada, isenta da mancha e dos resíduos da
frustração do primeiro plano divino pelo pecado de nossos primeiros pais.
Maria, nos Evangelhos, é referida de pouco.
Mas do pouco que é muito. Aceitou ser instrumento da encarnação do Cristo.
Viveu modestamente e pouco falou, “guardando tudo no coração”. Nas Bodas de
Caná, compadecida pela preocupação do anfitrião com o término do vinho,
solicitou ajuda do Filho e a obteve, ao pedir que todos fizessem o que ele
mandasse. Sofreu intensamente ao ver Jesus espancado, torturado e morto na cruz.
Alegrou-se com a as gloriosas ressurreição e ascensão. Coroada no Reino Celestial,
ela caminha, até hoje, conosco, mesmo com os que não creem ou que se dedicam ao
Mal; visando a conversão geral e plena, de que tanto carece o ser humano nos
dias de hoje, tão dominados pelo egoísmo, materialismo, consumismo, e
indiferença para com o irmão e para com as coisas do espírito. Suas aparições
em Fátima, Aparecida, Guadalupe, Lourdes, Chestochowa, e muitas outras, têm
tido esse significado.
Sempre é bom, para nós, pedirmos a ajuda da
Mãe, por sua poderosa intercessão perante o Filho; ou adquirirmos imagens dela,
que muito nos auxiliam, pela lembrança, nas orações. Mas sempre sabendo que
objetos, por si mesmos, nada valem, e que Ela não quer que a coloquemos em
posições destoantes das Sagradas Escrituras e dos Ensinos eclesiais.
Maria está sempre conosco, e atende-nos nas
aflições, nas preocupações do dia a dia, nas crises de qualquer tipo, sem
qualquer discriminação de cor, etnia, sexo, condição social ou financeira. Ela
ama por igual a todos os povos da Terra. Ela concita a todos na construção da
paz que não se resume à ausência de guerra, da liberdade que não se confunde
com libertinagem, da justiça social na eliminação da miséria, do desemprego e
de qualquer escravidão ou idolatria; das relações familiares e comunitárias
baseadas no amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos; em suma, pelo esforço
de homens e mulheres, sob a orientação da Igreja Peregrina, na edificação do
Reino Prometido.
Honremos e prestigiemos nossa Madrinha, Torre
de Davi, Rosa Mística. Acheguemo-nos a ela, de coração e de conhecimento.
Testemunhemos, mais pelo exemplo do que por símbolos, o bem que nos traz sua
veneração, sobretudo, perante nossos irmãos separados.
Nossa Senhora. Rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte. Amém.
Luiz Felipe Haddad
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