Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MORTE. RESSURREIÇÃO. CRISTO NOS DÁ A VIDA ETERNA

Neste mês de novembro, nossa Santa Igreja lembra-nos, sobretudo, das pessoas que faleceram corporalmente; os “finados”; dentre os quais muitos parentes nossos. O dia 02 é a eles dedicado. Em nosso país e em muitos outros, existe a tradição da visita aos túmulos nos cemitérios, e colocação de flores. O mais importante, porém, é orarmos por eles e respeitarmos suas memórias. Outras atitudes; como “busca de comunicação”; em que pese o respeito para com outras crenças que a admitam ou incentivam, devem ser evitadas. Por mais intensas que sejam a saudade, a curiosidade ou a dor física ou psico-emotiva, tanto as Escrituras Sagradas quanto o Magistério dos Sucessores de Pedro, assim nos orientam. Deixando-se de lado os aspectos de eventuais malignidades, e de confusão sobre fenômenos explicados pela parapsicologia, sabemos que os referidos “finados” devem ser deixados em paz. Aliás, os termos “finados” e “mortos”, são impróprios no tema da verdade revelada, pois eles são chamados à glória de Deus, de imediato ou depois de um período de purificação; para que ressuscitem no Último Dia. Há, contudo, o perigo da “segunda morte”, a terrível eternidade na ausência do Senhor. Todavia, só Ele, pleno de Misericórdia, sabe dos possíveis merecedores.
A morte nos deixa, em princípio, com medo e com tristeza. Na verdade, para nós que estamos nesta dimensão de vida, constitui a única certeza. Por vezes nos torna revoltados, quando atinge crianças, jovens ou outros que de comum poderiam viver muito mais; quando “leva” ente muito querido; quando é consequência de crime grave ou injustiça... Também, dificilmente aceitamos que um “do Bem” morra, enquanto outro “do Mal” continue vivo, esbanjando saúde e poder. Mas quando refletimos no plano divino, cujo tempo é diferente do nosso; quando voltamos os olhos para os Evangelhos; para a vida penosa de tantos santos e tantas santas; para o sofrimento e a fidelidade da Mãe Santíssima; quando, em suma, crescemos na Fé, na Esperança e na Caridade; na solidariedade e na fraternidade; todos aqueles sentimentos negativos se transformam em aprofundamento e alegria por um futuro radioso que por certo acontecerá.
Deus nos chama à vida, e vida em abundância. Cada um dentro de seus dons e de sua missão. Ele não quer que desanimemos; que nos consideremos fracos ou incapazes. Aliás, há qualquer um de nós que seja forte em tudo ou capaz de tudo? Claro que não. Para que nos ajudemos mutuamente, existe a vida em comunidade; existe a célula social básica que é a família, correlata ao amor “homem-mulher” e ao amor recíproco entre pais e filhos; existem grupos positivos, de vários tipos, para os que se sintam sozinhos ou excluídos; existe a Igreja, na dimensão paroquial e na universal; dela emanando os irmãos e irmãs que optaram pelo sacerdócio ou pela vida consagrada; nossos amados dirigentes espirituais, que tanto necessitam de colaboração para o bom exercício de suas preciosas tarefas.
Morte, onde está tua vitória? Cristo derrotou-a, em seguida a um horrível sacrifício, para que todos nós fossemos salvos, apesar de nossa ruptura inicial para com o projeto do Pai. Portanto, vivamos e vivamos bem, afastando-nos de tudo que nos atrapalhe na caminhada. Preservemos a saúde espiritual com o mesmo denodo com que cuidamos da física ou da estética.
Nosso final destino é o Reino de Deus, que abrange uma sociedade justa e fraterna, ainda muito distante da que hoje temos no país e no mundo; que passa pela melhoria de cada homem e de cada mulher, mormente na eliminação dos desvalores que, a pretexto de dar mais vida, acarretam “cultura” de morte.
Que assim seja.


(Luiz Felipe Haddad)

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