Chegou o mês de maio, que, por feliz coincidência, se inicia com o dia dedicado aos trabalhadores do mundo inteiro, referenciados por José, pai adotivo de Jesus, da família do Rei Davi, e Operário. Sabemos sobre José muito pouco, mas o suficiente para venerá-lo na condição de Santo. Pois ele, angustiado com a gravidez de Maria, mulher a ele prometida, acatou, com fé e humildade, a explicação do Anjo. Protegeu-a, amou-a em castidade plena e cuidou do Filho com todo zelo e carinho; ao ponto de se retirar de sua terra e partir para o Egito, enquanto a vida do último era ameaçada pelo poder de Herodes.
Sobre Maria, Nossa Senhora, desde seu nascimento até sua passagem à dimensão celestial, na integração de corpo e espírito, também o que sabemos não é tanto pelas Sagradas Escrituras, mas sim, pela tradição da Igreja criada pelo Redentor, que a entregou ao comando de Pedro; sob a iluminação do Espírito Paráclito; e a seus sucessores. Sendo interessante observar-se que as poucas intervenções daquela, escritas no Livro Santo, foram simples, mas de grande profundidade. Veja-se a bela Oração do Magnificat, durante sua visita a Isabel. Veja-se o pedido que fez a Jesus em Caná, e sua orientação, depois de uma resposta aparentemente fria: “Fazei tudo o que Ele disser”. Lembremo-nos de seu sofrimento silencioso, mas intenso, durante a Paixão e a Morte na Cruz; como de sua grande alegria, também tranquila, ao saber da Ressurreição. Recordemos sua presença no Cenáculo, com os Apóstolos tomados de medo, antes do Fogo Pentecostal.
Nossa Mãe e Rainha; sempre Virgem; nasceu livre das manchas resultantes da falha de nossos primeiros pais quanto ao inicial plano de Deus. No mais, foi uma mulher semelhante às outras, dedicada ao lar, à família sagrada, e à comunidade a que pertencia. Sabia guardar tudo em seu coração. Sob os cuidados de João Evangelista, depois da Ascensão de Jesus, mudou-se para Êfeso, cidade hoje pertencente à Turquia. Sua casa está de pé até hoje. Visitá-la e orar ali, onde se realizam várias Missas, é uma forte injeção de energia espiritual. Mas, não sendo possível, estão em diversos locais do Brasil e do Mundo, os Santuários a ela dedicados. Como vale o mesmo rezar; por sua intercessão; em qualquer igreja, capela, gruta, oratório, ou onde nós estivermos. Maria não faz acepção de pessoas. Ama a todos, inclusive os descrentes, os pecadores contumazes, e os que perseguem a fé cristã e católica. Seu objetivo é que todos se salvem, convertendo-se aos Evangelhos. Para tanto, por vezes, faz avisos e advertências, que evitariam muitos males se fossem objeto da atenção merecida. Bom exemplo foram suas palavras em Fátima, no ano de 1917, aos humildes pastores: “Se os homens continuarem ofendendo a Deus, os erros da Rússia se espalharão, e haverá outra guerra pior do que esta, no reinado do próximo Papa”. E, como diz o povo simples, não deu outra. Houve a II Grande Guerra, com seus horríveis massacres, seguida da guerra fria, e de todos os conflitos que, no início deste novo século, se acirram por problemas étnicos, culturais, sociais e morais, agravados. Tudo, fruto do pecado, em todas as dimensões.
Nós, católicos; sem querermos ser melhores do que os irmãos protestantes, ou do que os adeptos de outras religiões; somos, de fato, favorecidos, por termos a Mãe do Filho de Deus, logo Mãe de Deus, como medianeira das graças e como intercessora. Quando nos sentimos angustiados, deprimidos, fatigados, “para baixo”, ao voltarmos os olhos para a Virgem Maria, em qualquer dos inúmeros títulos que ela tenha assumido, quer em pensamento puro, quer de frente a uma imagem que só é utilizada em termos de lembrança, nunca adorada como dizem os ofensores e os confundidos, já nos percebemos aliviados e confortados. Quando solicitamos a ela, como Advogada Nossa, que nos auxilie, ante o poder infinito de Deus; quando, de modo sincero e vibrante, rezamos a Ave Maria ou a Salve Rainha; quando, em família ou em grupo, rezamos o Rosário ou o Terço; temos a segurança de não estarmos sozinhos ou abandonados. A Mãe de Deus e nossa, por mais que nós, filhos, fracassemos nos projetos de vida, por mais que desprezemos a Palavra, por mais que profiramos blasfêmias ou nos entreguemos aos vícios e às mazelas, sempre estará conosco. Sempre nos incentivará à conversão, à volta à casa do Pai, ao abandono do pecado, na busca da graça abundante.
Queridos irmãos e irmãs da comunidade de São Sebastião de Itaipu. Que nossa Mãe, e Madrinha, continue a interceder por nós todos, especialmente pelos que mais necessitem; por nós, leigos, e por nossos sacerdotes; pelos casais e pelas famílias, nestes tempos de tanto egoísmo e materialismo; pelos que estão afastados de Deus ou da Igreja, por qualquer motivo. E que saibamos fazer nossa parte, nunca nos acomodando em rotinas danosas; nunca descurando de nosso dever de sermos Sal e Luz para o próximo.
Maria, sem pecado, concebida. Rogai por nós, que recorremos a vós. Amém.
Luiz Felipe Haddad